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O 4º Encontro CAU/DF terá Mathias Klotz como um dos palestrantes

FormMathiasado pela Pontificia Universidad Católica de Chile, Mathias é considerado um dos mais importantes arquitetos chilenos do século 21. Sua assinatura valoriza sempre o design em função do espaço e assim deixam que as formações ge
ográficas, topográficas e culturais do local guiem o projeto. Klotz desenvolve uma estética que minimaliza os contornos e exalta os pontos de fuga e a desconstrução das ordens geométricas, resignificando assim algumas regras do design para dar lugar a novos conceitos do que viria a ser uma escada, janela ou porta.

Como exemplo do seu estilo, tem-se a casa Reutter (1998), implantada de frente para o Pacífico, um projeto finalista do prêmio Mies van der Rohe para a América Latina, um dos mais respeitáveis do mundo. O desnível do terreno, na qual a casa foi projetada e construída, seria um problema caso a visão vanguardista de Klotz não o interpretasse como uma benção. O arquiteto aproveitou tal dificuldade topográfica para construir uma ponte que daria acesso à entrada principal da casa, que se instalaria no nível abaixo da ponte, mexendo na ordem cartesiana de qualquer construção tradicional.

 

Veja a entrevista realizada com Mathias Klotz:

 

– Qual a influência prática da cidade no seu trabalho?

Entendo a cidade como um organismo complexo no qual toda vez que podemos intervir em alguma operação, independentemente de sua escala, é preciso considerar o contexto em seus aspectos formais, materiais e de funcionamento, procurando gerar oportunidades em cada intervenção. A cidade pode se beneficiar, ou não, com a intervenção, e se a cidade se beneficiar o projeto também o faz.

– Certa vez você declarou que não ter tido um grande mestre da arquitetura fez bem para os arquitetos chilenos e muitos tentam enquadrar a arquitetura de seu país. Qual é a característica da arquitetura chilena?

Acredito que uma das caraterísticas indiscutíveis da arquitetura contemporânea no Chile é sua reflexão em torno à paisagem, à matéria e à estrutura.

– Existe uma relação intrínseca entre a natureza e os seus projetos. De onde surgiu essa relação?

Surge das caraterísticas geográficas do território, já que sua paisagem e topografia são muito determinantes.

– Você conhece Brasília? O que está achando de vir para uma cidade que é referência de arquitetura no mundo?

Será a segunda vez que estarei em Brasília e tenho muito interesse em voltar a visitá-la e ter um segundo olhar de uma cidade que me deixou mais perguntas do que respostas na primeira vez que a visitei.

– Como o seu trabalho se encaixa no tema do Encontro de arquitetura , que esse ano é “ Fragmentos Urbanos – A Cidade como Fonte de Inspiração”?

Nestes momentos, precisamente, estamos trabalhando com grandes fragmentos no porto de Valparaíso; daí penso que poderei mostrar nossa aproximação ao tema com um projeto que está em pleno desenvolvimento.