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Aldo Paviani é um dos homenageados do 4º Encontro

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Apesar de não ser arquiteto, de formação, Aldo sempre flertou com a arquitetura e tem contribuído, ao longo de sua carreira, com esse segmento conquistando assim reconhecimento dos arquitetos e urbanistas. Graduado em Geografia e História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Livre Docente/doutor pela Universidade Federal De Minas Gerais, os estudos de Paviani dão ênfase em geografia urbana com relevância para a urbanização, gestão do território, planejamento urbano, exclusão socioespacial e emprego/desemprego em áreas metropolitanas.

 

Confira a entrevista realizada com Aldo Paviani:

 

1 – Qual a importância desse encontro do CAU-DF para a produção e pesquisa no campo da arquitetura e urbanismo em Brasília?

Os encontros do CAU/DF possuem diversidade de propósitos. Diria, em primeiro lugar, que tem importância da confraternização “inter pares”. É ocasião para que urbanistas e arquitetos tenham a oportunidade de trocar ideias e repassar informações, pois cada um possui suas fontes e nem sempre há espaço para que, depois de anos, haja reencontro e repasse do “estado da arte” para cada um dos participantes.

Há vantagens para todos, pois os encontros científicos/técnicos ensejam excelentes oportunidades para a troca de ideias e experiências entre os profissionais. Além de se aproveitar as palestras, seguidos de debates, em que as manifestações sempre ganham relevância. Por último, mas não menos importantes, são os intervalos que o diálogo entre profissionais, urbanistas, geógrafos, historiados, arquitetos, sociólogos e outros, que ensejam outro aproveitamento de troca de experiências mútuas. Portanto, é sempre importante termos os Encontros do CAU-DF para que se efetivem os momentos acima referidos. Dai a importância da iniciativa do CAU/DF.

 

2 – O tema do quarto encontro é Fragmentos Urbanos – A Cidade Como Fonte de Inspiração, qual é o ponto de partida na produção criativa quando a cidade se torna a fonte de inspiração para o projeto?

O grande geógrafo baiano Milton Santos explicitou em vários livros que a cidade é um conjunto indissociável, solidário e contraditório de objetos, de sistemas de objetos e sistema de ações, que devem ser considerados não isoladamente, mas como um quadro único em que a história acontece. Quer dizer, a cidade fragmentada passa a ser o ponto de produção, criatividade e disseminação da cultura, das artes, das ciências e dos processos urbanísticos  e arquitetônicos e inspiradora para os profissionais, sendo ela mesma o núcleo do avanço da civilização. Vem daí a elaboração de projetos inspirados no grande poder da imaginação criativa dos urbanistas e arquitetos que dá à evolução das cidades, novos cenários com renovação da paisagem urbanas. Se considerarmos a evolução urbana de Brasília, isto não é diverso. É difícil não ver na Capital Federal o gênio de Lucio Costa na treliça da planta em que se ergueu o Plano Piloto de Brasília e a bela arquitetônica do grande arquiteto Oscar Niemeyer. Cabe aos novos profissionais inspirar-se em ambos e fazer avançar a beleza da Capital.

 

3 – Como você se sente com a homenagem dada a você pelo evento?

Pessoalmente, me senti honrado e lisongeado com a homenagem do CAU/DF. Mas também penso que, profissionalmente, o ensejo serve para levar essa homenagem a todos os profissionais que já colaboraram nas coletâneas por mim organizadas na COLEÇÃO BRASÍLIA da Editora UnB. Percebo igualmente, que em toda a vida profissional há momentos de grandeza, superação de dificuldades e estímulo aos profissionais do urbano, dos que desejam preservar  um patrimônio tombado, impar no mundo moderno. Uma cidade que deixaremos de HERANÇA para os jovens urbanistas, arquitetos, geógrafos urbanos, sociólogos, historiadores, antropólogos e outros profissionais do amanhã. Compartilho neste momento, com todos, a homenagem honrosa do CAU/DF.